segunda-feira, janeiro 31, 2005

À BEIRA DO ABISMO

A derrota de sábado à noite frente ao Guimarães vem trazer, em definitivo, o espectro da descida de divisão à realidade com que todos os academistas têm de conviver.
A partida até nem correu muito mal (em termos exibicionais). Especialmente na primeira parte (enquanto Hugo Leal teve pernas) assistiu-se a um futebol agradável com a Briosa a conseguir dominar as operações. Foi dos jogos mais conseguidos pela Académica nesta época. Mais uma boa exibição de Rafael Gaúcho que tem estado tempo demais escondido no banco de suplentes. A segunda parte da partida foi diferente para pior. O jogo da Académica não era tão fluído. Não conseguia chegar à baliza de Palatsi com verdadeiro perigo. Esta baixa exibicional coincidiu (como é habitual) com a entrada de Ricardo Fernandes em jogo. Não vale a pena continuar a dar oportunidades a este jogador. A equipa não pode dar-se ao luxo de jogar com um homem a menos. Sempre que ele entra em jogo o meio-campo deixa de funcionar, o jogo torna-se "pastoso" e previsível para os adversários.

Com este cenário montado é óbvio para todos que estamos à beira do abismo, isto é, estamos à beira da 2ª Liga. Neste momento, e perante o rumo dos acontecimentos, é o mais provável que aconteça. Isto não quer dizer que estamos condenados. Quer dizer que, apesar de ser extremamente difícil, se tivermos em atenção o calendário que falta disputar, temos hipóteses de fazer vinte e dois pontos até ao final da Liga, o que nos daria grandes hipóteses de salvação. Jogaremos em casa com adversários directos: Penafiel, Moreirense, e Estoril. Também vamos receber equipas que, apesar de já não estarem na luta directa pela fuga à despromoção, também estão ao nosso alcance: Nacional, Setúbal e Rio Ave. Receberemos também a visita do Boavista que, apesar de extremamente difícil, não terá a vitória completamente garantida. Vamos a Barcelos, sendo que o Gil Vicente não se encontra nada tranquilo e a Aveiro, num jogo que será completamente decisivo. Pode-se constatar que não será impossível a salvação, mas também está à vista de todos que se não se mudar o espírito da equipa, se não se puserem a jogar os melhores jogadores e se continuarmos a ser desrespeitados pelas equipas de arbitragem que dirigem os jogos da Académica, não teremos quaisquer hipóteses.
No entanto, mesmo que estejamos condenados, temos de continuar a assistir aos jogos da nossa Briosa, provando a grandeza desta instituição e demonstrando que seremos sempre um clube GRANDE!