ADEUS TAÇA!
Acabou a boa campanha que a Briosa vinha fazendo na Taça de Portugal. Depois da esperança que veio com o bom resultado conseguido em Vila do Conde na eliminatória anterior, aparece a desilusão da eliminação às mãos de um Marítimo que nem precisou de jogar muito para levar de vencida esta equipa da Académica.
Na primeira parte o futebol praticado pelos pupilos de Nelo Vingada foi de uma pobreza franciscana. Tirando os raides de Luciano pela direita (que resultaram na única oportunidade de golo da Briosa na primeira parte desperdiçada por Joeano só com o guarda-redes pela frente), mais nada se viu de realçe, ou melhor, viu-se um Ricardo Fernandes perdido no campo, cuja única acção de registo foram as faltas cometidas e que lhe valeram um cartão amarelo mostrado por Lucílio Baptista; viu-se um Dionattan muito mau, sem conseguir fazer uma jogada com pés e cabeça, fazendo asneiras em cima de asneiras, inclusivamente perto da sua grande área, que poderiam ter dado mais dissabores; viu-se um Joeano sem saber o que fazer pois as bolas não lhe chegam lá à frente e, nas raras ocasiões em que dispõe de uma oportunidade, desperdiça-a ingloriamente; viu-se um Vasco Faísca que, por muito que se esforce, não consegue ser um bom lateral pois não tem a técnica nem a velocidade necessárias para subir pelo seu flanco, como se impõe aos laterais no futebol actual. Enfim, uma primeira parte para esquecer em que o Marítimo, sem forçar muito, conseguiu marcar um golo fruto de uma jogada de insistência de Chaínho que se mostrou muito mais possante que os defesas de Briosa, ganhando um ressalto que levou Bibishkov a ficar isolado frente a Pedro Roma, não falhando a oportunidade, como se impõe a um bom ponta de lança. Aqui está um dos graves problemas da Briosa, as poucas bolas que chegam ao ataque com perigo são desperdiçadas por Joeano. Bibishkov deu aqui uma bela lição, esperemos que o brasileiro da Briosa estivesse atento...
Para a segunda parte, Nelo Vingada faz duas substituições que se impunham de forma premente. Tira de campo Ricardo Fernandes e Dionattan, entrando para os seus lugares Rafael Gaúcho e Nuno Piloto. Com Rafael Gaúcho a comandar o jogo de ataque, notaram-se desde logo melhorias. O jogo da Briosa era mais solto, mais rápido e mais intencional. A bola circula com mais rapidez e acutilância pelos jogadores e chega muito melhor ao ataque. Porque é que se continua a dar oportunidades atrás de oportunidades a Ricardo Fernandes? Já se viu que não vale a pena, é uma unidade a menos sempre que está em campo. Será que Vingada não vê que, neste momento, Rafael Gaúcho é o único atleta do plantel com as características necessárias para pautar o jogo da equipa? Porque é que se deu uma parte do jogo de vantagerm ao Marítimo colocando Ricardo Fernandes na equipa? Todos esperamos que na partida frente ao Guimarães, se os reforços ainda não estiverem à disposição, seja Gaúcho a assumir a posição de "número dez" da equipa pois, apesar da camisola de Ricardo Fernandes ter esse número estampado nas costas, não é ele, DEFINITIVAMENTE, o homem certo para ocupar essa posição. Em resultado desse melhor fio de jogo que aconteceu na segunda parte, a Académica conseguiu controlar mais a partida, fazendo alguma pressão na defesa madeirense. O melhor jogo na segunda parte dá frutos com Refael Gaúcho a cobrar um livre em zona frontal de forma superior, não dando chances a Nélson. O primeiro (e único) momento de alegria que os poucos adeptos que se deslocaram ao "Cidade de Coimbra" puderam saborear. Três minutos após o golo do empate academista (numa jogada em que Nuno Piloto, encontrando-se lesionado, continuou a tentar defender em vez de se deitar no campo para o jogo parar, santa inexperiência...) Alan faz o que quer do lesionado Nuno Piloto, centra rasteiro para a área, Bibishkov simula e deixa passar a bola, deixando Pena completamente isolado para facturar o golo da vitória. Um balde de puro gelo que, somado ao frio atmosférico que se sentia, retirou toda a crença aos adeptos e aos atletas da Académica. Estes ainda tentaram o tudo por tudo, actuando Zé António na frente de ataque, procurando dar mais poder de choque nas bolas pelo ar, mas nada resultou, ESTAMOS FORA DA TAÇA!
No final do encontro Nelo Vingada falou aos jornalistas. Começou por afirmar que "os erros pagam-se caro, foi mais a Académica que perdeu o jogo do que o Marítimo que o venceu". O professor continuou o seu comentário afirmando que "estou triste pelo resultado mas sobretudo porque, pese embora a boa entrada do Marítimo, equilibrámos o jogo e depois fomos superiores na segunda parte. Merecíamos o prolongamento mas houve falta de concentração que o Marítimo com experiência, sorte e saber, aproveitou. Resta-nos o próximo jogo no sábado que será decisivo para as nossas aspirações na Superliga".