VITÓRIA DECISIVA
4 - 1
A Briosa conseguiu esta tarde mais uma vitória decisiva na sua luta pela permanência na Superliga, elevando para nove o número de jogos consecutivos sem conhecer a derrota. Para além dos três pontos importantíssimos, esta vitória também assume contornos de decisiva porque, dois dos adversários directos na luta pela manutenção (Beira-Mar e Gil Vicente) venceram, ao passo que o Moreirense só joga amanhã, frente ao Sporting. Isto queria dizer que, se a Académica não conseguisse vencer, as contas da manutenção poderiam complicar-se, especialmente em vésperas de deslocação a Alvalade e de recepção ao Boavista.
Frente ao Penafiel, Nelo Vingada decidiu-se pela continuação do onze que tem dado tão boa conta de si. Assim a Briosa alinhou com: Pedro Roma, Nuno Luís, Vasco Faísca, Zé António e Zé Castro; Roberto Brum, Paulo Adriano e Hugo Leal; Luciano, Dário e Marcel.
Nesta partida a Académica começou a "carregar no acelerador" como tem sido habitual, especialmente nos jogos em casa. Essa pressão resultou no golo, que surgiu logo aos nove minutos, por intermédio de Marcel, cebeceando bem, ao segundo poste, dando o melhor seguimento a um exclente centro de Nuno Luís. A partir do golo inaugural, como é natural, a equipa passou a jogar mais na expectativa sem nunca deixar de dominar as operações. O Penafiel, apesar de ter mais posse de bola, nunca conseguiu criar lances de perigo para a baliza de Pedro Roma. No último minuto da primeira parte, numa jogada de triangulação com Luciano, Dário recebe a bola à entrada da área penafidelense, rodopia e remata sem grande força. Nuno Santos, depois da bola ter ressaltado num defesa do Penafiel, atrapalha-se e coloca a bola dentro da sua baliza. Estava feito o segundo golo! Importantíssimo por que a primeira parte terminou logo de seguida.
O segundo tempo começou na mesma toada da primeira parte. O Penafiel com mais posse de bola (propositadamente oferecida pela Briosa), não conseguia criar grandes lances de perigo, desenrolando-se o jogo no meio campo. No entanto, a posse de bola do Penafiel acabou por dar frutos quando Roberto recebe um passe em profundidade e, à entrada da área, desfere um potente remate ao canto superior esquerdo da baliza de Pedro Roma, que foi batido sem apelo nem agravo. Um bonito golo do brasileiro, que poderia ter relançado o Penafiel para a discussão do resultado. Apesar do golo, a Briosa manteve a "cabeça fria" e, se bem que o Penafiel continuasse a jogar mais no meio campo academista, não conseguiu criar mais nenhuma ocasião de golo. Ao contrário do que aconteceu noutras partidas, Nelo Vingada estava bem atento no banco academista e "leu" o jogo de forma exemplar. Substituiu Marcel (tinha estado lesionado durante a semana) pelo jovem Sarmento e, pouco depois, tirou Luciano (cansado e com um cartão amarelo) por Tixier. A partir desta altura a Académica libertou-se completamente a passou a dominar o jogo sem margem para dúvidas. Assim, na marcação de um canto, depois de uma jogada confusa em que se pode observar a mudança de atitude dos atletas da Briosa, que não desistem de lutar pela bola, esta sobra para Dário que "enche o pé" não dando hipóteses ao guardião do Penafiel. Estava feito o terceiro golo e os 10.000 adeptos que se deslocaram ao "Cidade de Coimbra" podiam respirar de alívio, pois a vitória já não fugiria. Houve ainda tempo para o jovem Sarmento se estrear a marcar pela principal equipa da Académica, em jogos da Superliga. Este golo nasce em mais uma insistência da Académica. O lateral direito do Penafial parecia ter a jogada controlada mas Dário acreditou, foi lá pressionar, e conseguiu ganhar a bola, fazendo a assistência para Sarmento que, na cara de Nuno Santos, demonstrando grande classe e calma, colocou a bola no fundo da baliza. Estava feito o resultado!
Nesta partida tem de se realçar o excelente jogo efectuado por Dário. Os academistas já tinham saudades de o ver a exibir-se ao seu melhor nível. Se os seus golos tiveram alguma dose de sorte, a jogada que deu na assistência para o quarto golo, demonstra bem toda a sua raça, assim como a atitude que coloca dentro de campo. Também não posso esquecer Nuno Luís que já critiquei bastante em situações anteriores. O lateral direito fez uma partida sem erros. Excelente posicionamento, marcações acertadas e subidas no terreno com muito perigo para a adversário, foram os ingredientes para esta excelente exibição. Esperamos que seja para continuar! No outro extremo está Tixier. O francês entrou a vinte minutos do final do encontro e foi expulso por acumulação de amarelos por discutir com o árbitro. Tudo isto quando a Briosa já vencia por quatro a um! Uma atitude indesculpável de um atleta que parece já ter a cabeça bem longe de Coimbra, talvez na sua terra natal...